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Associação dos Remanescentes de Quilombo de São Pedro, o Capoeira IBECA Vale
do Ribeira e o Grupo Cultural Puxirão Bernardo Furquim realizaram no último dia 03 o I
Encontro de Cultura Popular no Quilombo São Pedro. O evento foi idealizado
inicialmente para ser somente voltado a aulas de capoeira e roda; porém, tomou
proporções maiores e teve o objetivo mudado para que pudesse reunir em um só
local diversas atrações culturais não só do Vale do Ribeira, mas de outras
cidades como Campinas.
Já
na sexta-feira, 02, algumas atividades se iniciaram com quatro aulas de
percussão e capoeira, sendo duas delas na Escola Estadual Odete Pereira Goulart
Salles, no Bairro do Braço; uma na Escola Estadual Quilombola Maria Antonia
Chules Princesa no bairro André Lopes e uma no Quilombo São Pedro.
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Bate-papo inicial |
No sábado, no Quilombo São Pedro, as
atividades iniciaram-se por volta das 14h30 com um bate-papo de apresentação
dos grupos presentes bem como os trabalhos que cada um desenvolve. Logo após
ocorreu o pré-lançamento da coletânea de poemas “Negro tem história”, produzida pelos alunos e alunas da EE Maria
Antonia Chules Princesa. Eles recitaram alguns poemas que tratam da cultura
quilombola e venderam alguns exemplares do pequeno livro que será lançado em
Novembro na escola. Além disso, ocorreram oficinas de capoeira sob supervisão
do Contramestre Paulo Costa e da Professora Josi, ambos do Capoeira IBECA-
Campinas; e do Professor Zalber, do Grupo Nosso Senhor do Bonfim, de Cananéia. Além
disso, apresentações das danças da capoeira, pérola negra, raça negra e do
Chapéu, realizadas pelos jovens do Quilombo Ivaporunduva; comunidade vizinha
que teve ainda a apresentação dos violeiros Zé Rodrigues, Pirto e Gervásio. Em
seguida, o povo participou dançou e se divertiu na oficina de coco realizada
por Daniel Rodrigues e Lilia Bonfim, do Grupo Cultural Tiduca, também de
Cananéia. Ainda no mesmo axé o evento teve roda de capoeira, samba de roda,
jongo e pra fechar a noite todos dançaram ao som de Aluisio do Teclado e
Dalberty Matheus, artistas da própria comunidade.
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Dona Maria com integrantes de grupo de
Capoeira do Quilombo São Pedro |
Sobre o saldo do evento, constou-se que
foi um encontro de pessoas que fazem cultura por esse mundão! O propósito foi
cumprido, que era o de promover união entre pessoas e grupos; fato que concretizou-se
numa bela tarde e noite, chuvosa, porém carregada de boas energias. “Aqui tem
axé, ele é importante para nós... para todos. O axé acaba com brigas, acaba com
guerras! Ninguém atira uma bala se o lugar estiver carregado de axé”, salientou
dona Maria Juliana, do Grupo Cultural Tiduca. Por fim, é importante ressaltar
que eventos como esse servem para fomentar ainda mais a valorização da cultura
negra. A exemplo disso foi a animação dos mais de 20 capoeiristas com idade
entre 4 e 17 anos (gratidão total a esses meus alunos), pertencentes ao Grupo Cultural Puxirão Bernardo Furquim, Quilombo São Pedro, que
tiveram a ideia inicial de realização do evento. Que sirva de impulso para
seguirmos em frente... sempre e refletirmos que não estamos sozinhos... somente
separados!
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