Por Luiz Ketu*
Na última sexta-feira, 14 de setembro, o
Grupo Cultural Puxirão Bernardo Furquim e a Associação Quilombo São Pedro
promoveram o 5º encontro de uma série de Bate-papos, que vem ocorrendo na
comunidade, com o intuito de formação. Intitulado “Transmissão de saberes
tradicionais”, o evento contou com os relatos de experiência de Dona Elvira Morato
e Seo Antonio Morato, que falaram de trabalho, modos de vida, lutas e
resistência pela terra, escola, entre outros assuntos. Seu Antonio Morato ao
falar das roças e maneira de trabalhar pontuou: “Desde a barriga da minha mãe
eu já ia para a roça. Os homens trabalhavam bastante e as mulheres acompanhavam
eles no trabalho... e as crianças também”, diz A. Morato.
Já a Dona Elvira
ressaltou a necessidade de defendermos sempre o território, pois segundo ela “A
luta é pela terra, sem a terra onde eu vou morar? A luta é permanente, passe o que
passar, é pela terra!”, afirma E. Morato. Entre o desejo de comprar uma caneca
de ágata quando jovem e anseios contemporâneos, ela almeja “que os mais velhos
e os mais novos não percam a esperança na comunidade. A terra é nossa! Procurem
conhecer a história” finalizou Dona Elvira, ressaltando a importância dos mais
jovens conhecerem a história dos antepassados, para manutenção da cultura
quilombola.
Trocando conhecimentos
A cada edição do evento duas pessoas são
convidadas a partilhar conhecimentos e experiências com a comunidade. Já se
debateram temas como acesso a universidade, cotas raciais, Adin 3239, território
quilombola, Leia Áurea, Meio ambiente, entre outros, com a presença de universitários,
professores, doutores e mestres da tradição oral. Tais encontros formativos fazem
parte do rol de atividades do Grupo Cultural Puxirão Bernardo Furquim, que também
realiza oficinas de capoeira, percussão, teatro e danças brasileiras diversas,
para crianças e jovens da comunidade.